quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Brasil - O trabalho escravo reinventado pelo capitalismo contemporâneo


Reportagem - Adital

Entrevista especial com o cientista político Leonardo Sakamoto



A cada dia, há novas denúncias de exploração do trabalho escravo em fazendas brasileiras. Mas não se trata apenas de um trabalho incessante do qual é quase impossível livrar-se. Trata-se de uma constante ameaça e um pavor que degradam o ser humano submetido a tais condições. Quanto mais o capitalismo leva às empresas a competitividade frenética, o trabalho escravo é escolhido como a opção mais barata para obter cada vez mais lucro. Tudo isso às custas do pobre trabalhador em busca de melhores condições de vida. .

O trabalho escravo, ou a escravidão contemporânea, é basicamente uma situação que expõe o trabalhador a uma condição totalmente degradante de trabalho, em que não há dignidade alguma. Nela, a alimentação e o alojamento são precários, assim com a situação de saúde, sem proteção física, individual. Ao mesmo tempo que essa situação extremamente degradante tira a dignidade do trabalhador, com a retenção de salários, com maus tratos, ameaças, ela traz uma situação de cerceamento da liberdade. Trata-se de uma liberdade específica. Não é a liberdade básica do direito de ir e voltar, e sim a de se desligar do serviço. Um dos maiores problemas, nesses casos, é a presença de guardas armados para intimidar ou mesmo assassinar quem tenta sair, espancamento de trabalhadores que tentam fugir para servirem de exemplo a outros, ameaças psicológicas ou físicas, por meio, por exemplo, de torturas. E ainda existem formas mais sutis ou menos violentas, digamos assim, para manter o trabalhador. São, na verdade, fraudes para enganá-lo, com promessas que nunca irão se cumprir. O trabalho escravo contemporâneo no Brasil, portanto, traz uma situação de trabalho extremamente degradante e indigna, somada à impossibilidade de se deixar o serviço, que se configura de várias formas.

 O trabalho escravo existe, hoje, praticamente em todos os países do mundo. Ele não é um monopólio brasileiro. Inclusive, existem estimativas que apontam mais de 17 mil trabalhadores em situação de escravidão nos Estados Unidos. Há milhares de trabalhadores em situação de escravidão na França, na Alemanha. Isso sem contar o grande número de escravos no Paquistão. O trabalho escravo contemporâneo é uma característica do modo de produção capitalista. Contudo, persistiram situações, até hoje, muito semelhantes à condição antiga legalizada de escravidão, em que o trabalhador tinha pouquíssimos direitos.

Na prática, o trabalho escravo gera economia. Por menor que essa seja, a economia em dinheiro é fundamental para garantir a esses produtores rurais competitividade e expansão em seus negócios.
 
 
 
Análise Sociológica:
 
      Esta reportagem foi tirada do site: http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=129, e a partir dela realizamos uma Análise Socíológica dos termos grifados. 
Muitas denúncias ainda são feitas em relação ao trabalho escravo no Brasil e em vários outros países. Isso ainda acontece por causa do pensamento capitalista que nos cerca todos os dias. Assim, com o capitalismo, a competitividade fica muito maior, exigindo de muitos trabalhadores.
     O pensamento de um capitalista seria: mão de obra mais barata = mais lucro. Com isso, os Donos de fazenda, acabam optando pelo trabalho escravo que seria a opção mais barata para eles, e como as despesas tem que ser minimas para o Dono, ele coloca os escravos em situações precárias, relacionado a alimento,maus tratos,higiene e rentenção de salários, expondo o trabalhador em uma condição totalmente degradante.
     Todos esses escravos nos dias de hoje, são vítimas do Capitalismo e de quem o comanda. Porém, como é possivel em pleno Séc XXI ainda termos escravos no Brasil? Isso poderia ser muito bem discutido no governo, porém a fiscalização desse tipo de trabalho é muito fraca, quase não existe, dando assim mais liberdade para os donos da fazendo utilizarem essa opção de mao de obra.
    Quanto mais se desenvolve o capitalismo, o lucro vai sendo reduzido ao ponto de que chega um momento em que é preciso escravizar o trabalhador para que o capital continue se reproduzindo. E não é mais escravização clássica, porque não há um "investimento prévio de capital no escravo. O escravo é reescravizado diariamente". Por isso, essa escravidão é muito mais repressiva, muito pior do que a escravidão negra que conhecemos, muito mais violenta e, ao mesmo tempo, ainda se trata de escravidão.

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